7 de outubro de 2017

Nós, de Ievguêni Zamiátin

Sinopse: Nós, escrito por Ievguêni Zamiátin, é a distopia original que inspirou desde grandes clássicos do gênero - Admirável Mundo Novo, 1984, Laranja Mecânica e Fahrenheit 541 - até livros mais recentes - Divergente e Jogos Vorazes.
(...)
 Em suas páginas, o autor imaginou um governo totalitário chamado Estado Único que, supostamente pelo bem da sociedade, privou a população de direitos fundamentais como o livre-arbítrio, a individualidade, a imaginação, a liberdade de expressão e o direito à própria vida. Um mundo completamente mecanizado e lógico, onde as pessoas não possuem nomes, mas sim números, e o Estado dita os horários de trabalho, de lazer, de refeições e até do sexo.
 A trama traz a história de D-503, um engenheiro que vivo pleno e feliz (exatamente como ordena o grandioso Estado Único), mas começa a duvidar das próprias convicções ao conhecer uma misteriosa mulher que comete a ousadia de bular regras, e que o contamina com a doença chamada imaginação.

Aviso: Tentei evitar ao máximo colocar Spoilers, mas talvez tenha um ou outro. Você foi avisadx.

 Opinião: Antes que eu comece a fazer essa pseudo-resenha, peço desculpas por estar "enferrujado" para tal: já faz quase, ou mais de dois anos que não resenho livros (só artigos para trabalhos acadêmicos, mas é diferente). Enfim, relevem, com o tempo melhoro mais, rs.
 Acredito que a resenha que George Orwell escreveu em 1946 seja ainda válida (essa resenha está contida no final dessa edição do livro) e, por isso, irei transcrevê-la parcialmente a seguir:

 "No século 26, na visão de Zamiátin, os habitantes de Utopia perderam a individualidade tão completamente que somente são conhecidos por números. Vivem em casas de vidro (isso foi escrito antes da invenção da televisão), o que permite que a polícia política, conhecida como os 'Guardiões', possa supervisioná-los mais facilmente. Todos vestem uniformes idênticos, e costuma-se fazer referência a um ser humano tanto como 'um número' quanto 'um unif' (de 'uniforme'). Se alimentam de comida sintética, e a recreação habitual é marchar em filas de quatro pessoas enquanto o hino do Estado Único toca em alto-falantes. A intervalos estabelecidos, é permitido, durante uma hora (conhecida como 'Hora pessoal'), baixar as cortinas em torno dos apartamentos de vidro. Evidentemente não há casamento, embora a vida sexual não pareça ser totalmente promíscua. Para o ato sexual, todos têm um tipo de talão de bilhetes cor-de-rosa, e o(a) parceiro(a) com quem se passa uma dessas horas reservadas ao sexo assina o canhoto. O Estado Único é governado por um personagem conhecido como Benfeitor, que anualmente é reeleito pela população; a eleição sempre é unânime. O princípio condutor do Estado é que felicidade e liberdade são incompatíveis. No Jardim do Éden, o homem era feliz, mas em sua loucura exigiu liberdade e foi expulso para o ermo. Agora o Estado Único restaurou sua felicidade ao retirar-lhe a liberdade." - p.318-319.

 Nessa passagem da resenha de Orwell percebemos como o Estado Único controla sua população, que vive em uma grande cidade cidade murada pelo "Muro Verde", que protege contra os males exteriores. O livro é contado meio que em forma de diário, com passagens curtas e longas, reflexões do protagonista, D-503, o que acaba tornando-se, as vezes, difícil de ser lido. Não quero me estender mais porque a resenha acima já diz muito sobre o livro e a história. No mais, um livro que todos deveriam ler. Um livro que nos mostra que as revoluções sempre são possíveis, e necessárias diante de um Estado totalitário, desde que uma pessoa queira que a mesma ocorra.

 Se você gostou de Nós, pode gostar também de:
 Trilogia Jogos Vorazes, de Suzanne Collins.

 Até mais.

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