Sinopse: Informação ao crucificado é um marco na obra de Carlos Heitor Cony. Como forte base autobiográfica, em que autor e narrador se fundem na figura de um jovem em dúvida sobre a religião que decidiu abraçar, o romance chegou a ser considerado em divisor de águas na época de sua publicação, em 1961.
João Falcão é um jovem que resolveu ingressar em um seminário pela "beleza do sacerdócio". Está prestes a se ordenar, mas as dúvidas parecem aflorar em um ambiente que lhe é cada dia mais hostil. Seu crescente pendor à literatura, a disputa com outros rapazes e as intrigas dos superiores levam-no, por fim, a ver abaladas suas mais profundas convicções. Escrito em forma de diário, este é um texto contundente, em que Cony aborda com maestria os temas da fé e do desencanto.
Aviso: Tentei evitar ao máximo colocar Spoilers, mas talvez tenha ou ou outro. Você foi avisado.
Opinião: Um livro que deve ser lido com um olhar crítico sobre o tema em questão: o seminário. Para quem não sabe, o seminário é uma instituição das Igrejas Católicas e Protestantes dedicada à formação de seus candidatos aos mistérios sagrados. Eu li esse livro de 117 páginas numa tarde de domingo, junto com Mr. Punch (resenha em breve). O livro me fez pensar sobre muitas coisas a respeito de como os seminaristas veem Deus e como agem lá (não estou julgando ninguém, mas foi bom para mim ler esse livro).
João Falcão é um jovem de 18 anos que está no seminário desde os 11, e não sabe muito sobre a vida fora das paredes de lá. Ele é um seminarista por vontade da mãe, mas ele não foi contra sua vontade. Com o tempo, João começou a achar belo ser padre, como diz em uma conversa com o Senhor Arcebispo, que dá uma bela de uma bronca nele afirmando que o que é belo é espalhar o amor de Deus no mundo e salvar almas. E é aí que começa o desencanto dele, mas isso é quase no meio do livro, voltemos mais para o começo.
O começo do livro-diário é João explicando porque ele está escrevendo o diário, que não lembro muito bem, acho que um professor pediu para que fizesse isso. Ele conta suas aulas, as rezas, a rotina pacata de um seminarista, e os livro que ele lê ilegalmente. João tem intrigas com um grande amigo que o deixa um pouco "perturbado" em relação ao poder dentro do Igreja Católica, mas ambos sabem que são grandes amigos por dentro.
Não vou falar muito porque não tem muito o que falar desse livro pequeno, se falar mais conto-o todo, rs. Mas se você gosta desse assunto vale a pena ler, faz sua mente abrir um pouco mais. Recomendo e até o próximo.
"...A noite chega, e agora começa minha vigília. Não terminará até a minha morte... Viverei e morrerei no meu posto. Sou a espada na escuridão. Sou o vigilante nas muralhas. Sou o fogo que arde contra o frio, a luz que traz consigo a alvorada, a trombeta que acorda os que dormem, o escudo que defende os reinos dos homens. Dou a minha vida e a minha honra à Patrulha da Noite, por esta noite e por todas as noites que estão para vir." Votos da Patrulha da Noite
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