29 de maio de 2014

Ensaio: Por que Geografia?

 Essa pergunta passa pela minha cabeça a alguma tempo: por que Geografia? Por que fazer (diz-se aqui estudar) Geografia? Escuto muito essa pergunta junto com essa outra: para dar aula? Talvez, pretendo dar aula sim, mas não é só para isso que a Geografia serve. Contudo, ainda tento responder a essas perguntas e aos poucos estou chegando a uma conclusão, e é justamente por isso que faço esse ensaio (meu primeiro), e intencionalmente no dia do Geógrafo.
 Sempre fui fascinado por Geografia no colégio (dito aqui como Geografia Escolar, mas isso não vem ao caso no momento), quando estudava mapas ou organizações internacionais ficava encantado e todos os professores que tive percebiam isso, porque em toda aula eles perguntavam se eu estava entendendo a matéria. Mas Geografia não foi minha primeira opção de vestibular, minha opção era Geofísica, e depois de muitas conversas com professores de diversas disciplinas eu escolhi, seguindo o conselho deles, de fazer Geografia, porque daria uma base melhor para a Geofísica. Hoje, não sei se farei Geofísica, porque a Geografia na universidade me fascinou tanto que talvez eu nunca mude de curso ou faça outro, mas mestrado e doutorado é uma coisa que pretendo, e quanto antes melhor.
 Uma breve história contada, mas vamos ao tema no qual esse ensaio tem sua base: por que Geografia? Já possuo algumas respostas, como disse anteriormente, e pretendo ser breve com as respostas, mesmo que algumas já foram respondidas no parágrafo anterior. É de conhecimento público que a Geografia estuda em primeiro plano as relações da sociedade com a natureza, o espaço, o território, as organizações de todos os tipos, as populações, o relevo, o clima, e tantos outros que ficaria muito tempo falando aqui. E isso tudo eu gosto. Gosto não é a palavra certa, eu amo tudo isso. Por que Geografia? Porque Geografia abriu meu horizonte de pensamento crítico, mas como assim? Antes eu não possuía um pensamento crítico como hoje, minha percepção do entorno era muito baixa, lia jornal para saber dos acontecimentos, mas atualmente se leio um jornal faço uma pequena discussão comigo mesmo e procuro entender todos os pontos de vista, como no caso da Crimeia, e não aceitar o lado que o jornal está defendendo. Espero que consigam entender o que quero dizer.
 Outro fato importante é em relação ao dar aula. Sempre fui fascinado pela profissão mais nobre que existe: a de professor. Eu me pergunto o quão bom deve ser você ficar em frente de uma sala com trinta, quarenta alunos passando aquilo que você aprendeu para eles, dando conhecimento, encaminhando-os para um futuro que você saberá que foi você que ajudou a alcançá-lo, mesmo que não tenha retribuição por isso, mas não estou interessado em uma "gratidão falsa" de alunos, quero ser reconhecido por aqueles que merecem (falando assim pareço rude, mas não sou, sou só sincero). Mas não é isso que eu quero para uma vida inteira, talvez quando eu estiver velho possa voltar a dar aula mais como um hobbie do que como um trabalho.
 Atualmente, minha maior fascinação dentro da Geografia é a área da Política, mas não é essa política podre brasileira, onde só há corrupção e vagabundagem escancarada. Essa área que eu gosto é a da Geografia Política (ainda não fiz essa disciplina, mas período que vem eu irei fazer, mas não preciso ter feito para poder falar aqui). Conhecer a política internacional é incrível, as relações entre os países, seus tratados etc, mas com isso vem outra pergunta: por que não fazer então Relações Internacionais (RI)? Resposta simples: porque eu não quero. RI não é "minha praia", não quero ficar sentado em escritório fazendo relatórios, isso cansa muito (mas não desmereço quem faz RI, acho muito legal quem faz). Com isso, diz-se aqui geografia política internacional, vem meu maior sonho: trabalhar na Organização das Nações Unidas, a ONU, com a Geografia Política Russa ou da Cidade do Vaticano. E eu sei que você vai pensar que é loucura eu pensar em trabalhar na ONU porque é muito difícil, quase impossível, e blábláblá... E aí eu lhe pergunto: mas foi impossível para aqueles que trabalham lá? Foi difícil, sim, quase improvável, mas não impossível. Uma vez li a seguinte frase: "Se você não acreditar em si mesmo, quem irá acreditar.". Não lembro qual autor é, mas é uma frase que levo comigo por toda a minha vida, junto com essa que minha mãe disse: "Quando nós queremos/sonhamos muito uma coisa, ela acaba vindo para nós." (não sei se foi assim que você falou mãe, mas vale mesmo assim). Mas voltando com o assunto ONU, eu quero poder viajar para debater assuntos importantes e de importância vital, quero fazer parte de algo importante que sei que ajudei a acontecer. Pareço uma pessoa egocêntrica assim, mas não sou, não quero ficar nadando em dinheiro (mas um pouco de dinheiro não faria mal a ninguém, principalmente para nós, escravos do capitalismo) só tenho medo de morrer no esquecimento, morrer e saber que não contribuí em nada para com a Humanidade. Isso sim eu quero fazer, e acho que a Geografia me ajudará, e muito, a alcançar isso, mais do que todas as outras disciplinas juntas.
 Termino aqui meu primeiro ensaio de muitos que virão com uma pergunta para você: por que vocês escolheram o curso que fizeram/fazem e não outro, entre tantos? Reflitam um pouco sobre isso, vale a pena. E aqui deixo o meu até logo. Hic et ubique¹.

 ¹ - Hic et ubique - Aqui e em todos os lugares, lema sobre o qual a Geografia sempre existiu.

 PS.: Se não for muito incômodo, eu queria que vocês deixassem um comentário falando do que vocês acharam desse ensaio, se foi claro ou confuso. E também queria uma resposta de vocês sobre a escolha que fizeram.

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