26 de janeiro de 2014

O Condenado, de Bernard Cornwell

 Sinopse: Considerado o melhor romance histórico publicado na Inglaterra em 2001, O Condenado apresenta Bernard Cornwell em sua melhor forma, com elementos de literatura policial que resultam em um thriller realista, ambientado na Londres do início do século XIX.
 Charles Corday é acusado de assassinar uma condessa de quem pintava o retrato. Esquecido na temida Prisão de Newgate, restam-lhe apenas sete dias de vida antes de ser enforcado. Rider Sandman, um capitão temperamental que vive tempos difíceis depois de participar da Batalha de Waterloo, é convocado para investigar o crime. A investigação o levará a uma emocionante jornada pelos fétidos porões da prisão e pelos perfumados salões da aristocracia londrina.
 Energético e durão, Sandman é hábil com a espada e exímio jogador de críquete. E em sua arriscada empreitada conta apenas com a própria inteligência e um grupo de aliados nada convencionais: Sally Hood, modelo vivo de passado comprometedor; lorde Alexander, um fervoroso reverendo e também amante do críquete; e o velho companheiro de batalha, sargento Berrigan.
 Mestre em personagens marcantes, Cornwell faz desse grupo um quarteto inesquecível, que luta contra nobres ricos e cruéis, a fim de salvar a vida de um inocente.

 Aviso: Tentei evitar ao máximo colocar Spoilers, mas talvez tenha um ou outro. Você foi avisado.

 Opinião: Este livro não me impressionou como achei que impressionaria, espera um pouco mais, uma vez que é do Bernard Cornwell. Mas o livro como um todo é bom, mesmo não tendo cenas de lutas, como é de praxe do Bernard. O livro já começa com alguns enforcamentos na Prisão de Newgate, que afinal Bernard sabe descrever um enforcamento tão bem, que eu achei que estava realmente lá, assistindo. E a descrição da prisão, com seus fedores e presos vivendo naquelas condições é incrível. Esta cena dos enforcamentos é só o prólogo do livro, e nele, Sandman não aparece, mas quem é como se fosse um POV (ponto-de-vista) e sir Henry Forrest, ex-sogro de Sandman.
 Depois desta cena incrível, Sandman já aparece jogando críquete. Bernard também descreve os jogos de críquete muito bem. Algum tempo depois do jogo, Sandman é chamado pelo secretário do Interior, primeiro visconde de Sidmouth, para investigar um assassinato, uma vez que a própria rainha da Inglaterra pediu esta investigação. E é assim que a história começa. Sandman tem apenas uma semana para investigar o tal assassinato e tirar, ou não, um inocente da forca.
 Sandman é um capitão da Batalha de Waterloo, mas que é pobre, porque seu pai gastou todo o dinheiro de sua família e depois cometeu suicídio. Sandman tem um pavio curto, mas muito curto mesmo, qualquer coisa ele já explode, como na passagem: "...tinha um mau humor tão súbito e feroz quanto uma tempestade de verão com raios e trovões." p. 48. Aí já vemos como Sandman é explosivo. Mas também ele sabe ser uma pessoa adorável e muito calmo, mas só com quem ele quer, como o é com Sally Hood, sua ex-noiva, Eleanor, que quando o pai de Sandman perdeu o dinheiro, Sandman não pôde casar com ela, e com o sargento William Berrigan.
 Outra personagem que encanta é Sally Hood, que é irmã de quem? Isso mesmo, Robin Hood. Bernard sempre coloca alguma coisa em seus livros que a gente já conhece, e neste livro é Robin Hood, o maior ladrão de nobres da Inglaterra do século XIX, e acho que de todos os séculos seguintes e passados. Sally é uma modelo e atriz que não possui papas na língua, fala o que quer na hora que quer. Ela acaba ajudando Sandman, porque ela também acha que Corday é inocente, e também por causa do sargento Berrigan, alguém que ela possui uma queda. O sargento Berrigan era do Clube Serafins, um clube de alto nível de Londres e que só os mais ricos podiam ser sócios. Mas Berrigan percebe que o clube está escondendo alguma coisa, principalmente depois que Sandman faz uma visita, e Berrigan tem que "honrar" as pessoas que já fizeram parte do exército. O sargento é homofóbico, porque fica chamando Corday de fada e veadinho o tempo todo depois de conhecê-lo.
 Já falei demais, se eu falar mais um pouco contarei o livro todo, rs. Eu descobri que a Austrália era uma colônia Penal no início do século XIX, talvez eu já sabia, mas eu esqueci completamente. A Inglaterra era muito fo** naquela época e para quem não sabe o lema inglês no auge do império era: O Sol nunca se põe sobre o Império Britânico. Por isso eu gosto da história inglesa. Enfim, o livro é bom, mas se você quiser cenas de lutas e sangrentas do Bernard, este livro não é recomendado. Mas se você quiser um thriller do século XIX, este é um livro muito bom. Espero que eu tenha falado tudo o que queria a respeito do livro. Espero que gostem.

 Com a autorização da Fernanda, do Na trilha dos livros, uma vez que a ideia é dela, eu agora vou fazer em todo post uma lista com os livros que você pode gostar se você gostou do que foi dito do livro postado. Ficou meio confuso, mas vocês devem ter entendido, rs.

 Se você gostou de O Condenado, pode gostar também de:
 A Busca do Graal, de Bernard Cornwell;
 As Crônicas de Artur, de Bernard Cornwell;
 Crônicas Saxônicas, de Bernard Cornwell;
 O Forte, de Bernard Cornwell.

2 comentários:

  1. Oi Vitor!

    Nem precisava da minha autorização não, que a ideia não é minha! :) Mas fico feliz de poder contribuir com o seu blog.
    Me passou batido que a Sally é irmã de Robin Hood, ou eu que não lembro, já que faz tempo que eu li. O livro é bom mesmo, e foge um pouco do que a gente está acostumado do Vovô Bernie - RS! Mas eu gosto disso, quando o autor sai da sua zona de conforto e faz outra coisa diferente. E no caso dele, fez bem.

    Beijos!

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    1. Fernanda, mesmo que a ideia não seja sua, eu vi primeiro no seu blog, então nada mais justo do que pedir a você ;)
      Todo livro do Bernard tem algum personagem que a gente conhece, né. Eu sempre fico ligado para isso, e quando vi que Sally era irmã de Robin Hood eu anotei na hora para não esquecer.
      Eu prefiro Bernard escrevendo sobre a Idade Média, não desmerecendo o trabalho em O Condenado, mas é que prefiro as cenas de batalhas do que um thriller dele... (Sangue! Eu quero mais sangue! kkk')

      Beijos!

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