27 de dezembro de 2012

Inverno do Mundo, de Ken Follett

 Sinopse: Depois do sucesso de Queda de Gigantes, Ken Follett dá sequência à trilogia histórica "O Século" com um magnífico épico sobre o heroísmo na Segunda Guerra Mundial e o despertar da era nuclear.
 Inverno do Mundo começa do ponto em que termina o primeiro livro. As cincos famílias - americana, alemã, russa, inglesa e galesa - que tiveram seus destinos entrelaçados no alvorecer do século XX embarcam agora no turbilhão social, político e econômico que se inicia com a ascensão do Terceiro Reich. A nova geração enfrentará o drama da Guerra Civil Espanhola, da Segunda Guerra Mundial e da explosão das bombas atômicas.
 A vida de Carla von Ulrich, filha de pai alemão e mãe inglesa, sofre uma reviravolta com a chegada dos nazistas ao poder, o que a leva a cometer um ato de extrema coragem. Os irmãos americanos Woody e Chuck Dewar seguem caminhos distintos que levam a eventos decisivos - um em Washington, o outro nas selvas sangrentas do Pacífico.
 Em meio ao horror da Guerra Civil Espanhola, o inglês Lloyd Williams descobre que precisa combater com o mesmo fervor tanto o comunismo quanto o fascismo. A jovem e ambiciosa americana Daisy Peshkov só se preocupa com status e popularidade, até a guerra transformar sua vida mais de uma vez. Enquanto isso, na União Soviética, seu primo Volodya consegue um cargo na Inteligência do Exército Vermelho que irá afetar não apenas o conflito em curso, como também o que está por vir.
 Como em toda a obra de Ken Follett, o contexto histórico é pesquisado com minúcia e costurado de forma brilhante à trama, povoada de personagens que esbanjam nuance e emoção. Com grande paixão e mão de mestre, o autor nos conduz a um mundo que pensávamos conhecer, mas que agora nunca mais parecerá o mesmo.

 A opinião que se segue abaixo pode ter alguns Spoilers do livro anterior e desse. Mas evitei ao máximo colocar informações de grande importância.

 Opinião: Poderia ser um pouco melhor. Verdade. Como no livro anterior, a Itália ficou de fora de novo; só é comentada o Tratado de Latrão, quando Mussolini faz um acordo com a Igreja Católica, oficializando o Estado do Vaticano, mas nem isso é falado assim, só é comentado por um dos personagens. Tirando isso, o livro foi bom.
 Comecemos por Carla von Ulrich. Carla aparece já em 1933, com 11 anos (acho). Ele vê a ascensão de Adolf Hitler como chanceler alemão.  Ela já é apaixonada pelo irmão de sua amiga Frieda, que acaba tendo um papel importante na história. Carla faz o parto de sua empregada, Ada, o que a leva fazer medicina, mas não consegue por ser mulher, então torna-se enfermeira. Muitas coisas acontecem com Carla, que não contarei aqui, e uma me deixou muito triste. Seu irmão Erik também ingressa na medicina, mas não chega a concluir. Ele acaba indo à guerra para cuidar dos feridos e vê coisas que o fazem mudar de ideia, uma vez que ele era nazista.
 Woody Dewar resolve se tornar senador, igualmente ao seu pai. Ele tem importantes informações sobre a política norte-americana e participa do Dia D, o ataque à Normandia. Chuck, seu irmão, resolve entrar para a marinha sem fazer faculdade, o que deixa seus pais "furiosos", porque ele seria um "soldado". Ele está em Pearl Harbor quando é atacada, junto com sua família e que, na minha opinião, é a melhor parte do livro, triste, mas a melhor.
 Lloyd Williams também têm um papel importante. Ele está presente na Guerra Civil Espanhola, e presencia o fascismo ganhar. Na Inglaterra, ele também vê o fascismo quase ganhar, parte da história que eu não sabia. Ele torna-se agente do MI9 nos Pirineus, uma cadeia de montanhas na fronteira da Espanha com a França. Participa de algumas batalhas importantes. Seu meio-irmão, Boy Fitzherbert, tem poucos capítulos; não gostei dele, um nazista e um riquinho que acha que o mundo gira em torno dele, igual ao pai.
 Daisy Peshkov mora em Buffalo, sonho em ter a mais alta popularidade, mas não consegue por seu pai, Lev Peshkov, ter sido um gangster durante a Lei Seca nos EUA. Mas quando vai para Inglaterra, sua vida muda o tempo todo. também gostei muito dela. Já seu primo, Volodya, tem papel importante tanto quanto Woody, mas que em vez dos EUA, Volodya é sobre assuntos da União Soviética. Viaja para os EUA, Berlim e outros países importante. Também tem Greg Peshkov, que trabalha para os EUA, e tem papel importante.
 Bom, acho que falei de todos os principais. Estava esquecendo, nesse livro tem um personagem principal que não faz parte de nenhuma das famílias principais, é o agente da Gestapo Thomas Macke, que fala de algumas informações sobre os nazistas e seus planos. Ficou meio grande, mas tentei resumir o máximo possível. Espero que gostem.

 PS.: O terceiro livro, ainda sem nome (pelo que sei), tem previsão de lançamento para 2014. Mesmo ano da previsão de lançamento de Os Ventos do Inverno, livro 6, e penúltimo, d'As Crônicas de Gelo e Fogo de George R.R. Martin. Muitas emoções em 2014. Então que venha 2014...

2 comentários:

  1. Oi Vitor!

    Eu adorei esse livro, mas acho que faltou algo também. E nem tinha pensado na Itália, mas em Hiroshima e Nagasaki, que também forma mencionadas só por alto.

    Beijos!

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  2. Olá, de fato o segundo volume da trilogia fica a dever, tomando-se como parâmetro o primeiro volume. E eu penso que tem a ver com a construção dos personagens. É certo que, à medida em que o século XX foi avançando, a multidimensionalidade dos personagens também reclamou mais atenção do autor, e acho que ele perdeu um pouco a mão, se fixando um pouco demais na vida romântica e sexual dos mesmos. A História é um personagem tão importante como os demais nessa trilogia e ficou meio de lado, contextualizada corretamente (embora de forma um pouco precipitada), mas não brilhantemente, como em Queda de Gigantes. Achei, também, as conexões de tantos personagens ao longo do texto meio forçadas, inverossímeis. Mas é um bom romance histórico, sem dúvida. Aguardamos o terceiro volume.

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